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Devocional

SALMOS
PARTE 1 – Estudo Bíblico com Pr. David Mattos

A importância da poesia bíblica pode ser vista no fato de que um quarto da Bíblia foi escrita em forma de poesia. O maior livro dentre os poéticos é o livro de Salmos e neste livro do Antigo Testamento estão registrados um total de cento e cinquenta salmos, o que faz deste livro o maior da Bíblia.
Apesar de ser um livro que nos serve muitas vezes de consolo, como por exemplo o Salmo 23, que apresenta a Deus como um pastor cuidando de suas ovelhas, ao mesmo tempo Salmos é um livro que tem muitas questões, como por exemplo seu título, sua autoria, teologia, interpretações, divisões e classificações.
Acredita-se que o autor mais antigo de um destes cânticos compilados nos Salmos foi Moisés. O grande legislador seria o autor do Salmo 90, mas há Salmos que foram escritos no período pós-exílio. Desta maneira, podemos ver no livro de Salmos a poesia hebraica se desenvolvendo através da antiga história de Israel.

1 TÍTULO
O título deste livro do Antigo Testamento, Salmos, vem da Septuaginta, que é tradução do título hebraico, Mizmor, encontrado em 57 salmos. Também, há um título grego que é muito empregado: Psalterion, na forma aportuguesada, Saltério. “Psalterion” (saltério), provavelmente significou “instrumento com que se acompanha o cântico” e depois passou a significar “coleção de cânticos” .
Já no hebraico preservou-se o título genérico, das palavras Sefer Tehilin – Livro de Louvores, ou simplesmente Tehilim, “cânticos de louvor” . Esse título refletia o principal conteúdo dessa coletânea geral.

Uma característica que diferencia o livro de Salmos de outros livros da Bíblia é a presença de títulos individuais em vários capítulos. Abaixo estão os principais títulos e como eram usados :
a. Mizmor – 57 vezes – canção acompanhada com instrumentos de cordas.
b. Shir – 30 vezes – qualquer canção de natureza sagrada ou secular.
c. Maskil – 13 vezes – poema meditativo ou didático.
d. Miktam – 6 vezes – significado indefinido, talvez expiatório.
e. Tephillá – 5 vezes – oração
f. Tehillá – 1 vez (Salmo 145) – canção de louvor. Veio daí o título hebraico para o livro.
g. Shiggayon – 1 vez (Salmo 7) – significado indefinido, talvez um salmo penitencial.

2 AUTORIA E DATA
O livro de Salmos é composto por poesias que parecem datar do segundo milênio a.C., mas também por poesias que são do período pós-exílio. São vários os autores que cooperaram para a coleção que forma o livro de Salmos: Davi, Asafe, os filhos de Coré, Salomão, Etã, Hemã, Moisés e outros autores desconhecidos. Apenas 34 dos 150 Salmos não têm título. Dos 116 títulos, 100 indicam o autor .
Em o Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo considerações são apresentadas sobre as diferentes compilações. Coletâneas secundárias demonstram crescimento, identificando assim diferentes datas para diferentes segmentos do livro de Salmos. Assim, descreve o autor:


Diversas coletâneas secundárias (evolvendo assim autores e datas diferentes) podem estar indicadas nos títulos nos títulos hebraicos shir, miktam, maskil, etc. Uma das minhas fontes informativas conjectura que pode ter havido um mínimo de dez coletâneas menores de salmos, antes da compilação final do saltério. Temos o Saltério Eloísta como exemplo de uma coletânea distinta. Esses são salmos onde o nome divino predominante é Elohim. Trata-se dos Salmos 42 a 83… Além disto, temos os Cânticos dos Degraus, um grupo de salmos distintos de salmos (120 a 134) que, provavelmente, eram usados pelos peregrinos, quando subiam para celebrar festividades religiosas em Jerusalém…

Estas coletâneas demonstram claramente como o livro de Salmos foi sendo construído ao longo da história antiga de Israel. Sua poesia se estende desde Moisés até o período pós-exílio.
Não há uma unanimidade de opinião quanto a compilação final do livro de Salmos. Esdras tem sido, tradicionalmente, reconhecido como compilador, embora Davi, Salomão, os servos de Ezequias (Isaías e Miquéias) e Jeremias possam ter sido os compiladores em suas épocas respectivas.

PR. DAVID MATTOS

Coordenador do Conselho de Educação e Cultura Religiosa

Presidente da Assembleia de Deus em Viamão/RS

Referências:

HOLANDA, Hilma Barreto. O Livro de Salmos e a Literatura. 2014. Artigo (Licenciatura em Letras) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1 ed. São Paulo: Editora e Distribuidora Candeia, 2000. v. 4.

ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. 1. ed. Traduzido por Emma Lima. São Paulo: Editora Vida, 2007
HILL, Andrew E.; WALTON, J.H. Panorama do Antigo Testamento. 1. ed. Traduzido por Lailah de Noronha. São Paulo: Editora Vida, 200

CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1 ed. São Paulo: Editora e Distribuidora Candeia, 2000. v. 4. (p. 2055).
ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. 1. ed. Traduzido por Emma Lima. São Paulo: Editora Vida, 2007. (p. 197).

APRENDENDO COM OS LÍDERES DA BÍBLIA | Pr. Joel Michel

Uma Série de reflexões bíblicas sobre lideranças que deixaram a sua marca e venceram as batalhas do seu tempo.Pr. Joel Michel, 1º Vice-Presidente da Ciepadergs, no video de hoje fala sobre a liderança de Neemias.

“Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente”

(Mateus 20:26‭-‬28)Toda sexta-feira, você encontrará nas mídias sociais da Ciepadergs uma palavra ministrada por líderes da AD Gaúcha.

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APRENDENDO COM OS LÍDERES DA BÍBLIA | Pr. Geraldino Silva

Iniciamos sexta uma Série de reflexões bíblicas sobre lideranças que deixaram a sua marca e venceram as batalhas do seu tempo. Pr. Geraldino Silva, Presidente da Ciepadergs, abre essa série meditações falando sobre Jesus, o supremo líder.

“Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente” (Mateus 20:26‭-‬28)

Toda sexta-feira, você encontrará nas mídias sociais da Ciepadergs uma palavra ministrada por líderes da AD Gaúcha.

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A POESIA DOS SALMOS – Salmos Parte 2 com Pr. David Mattos

Os Salmos são coleções de poemas líricos, sendo que muitos foram preparados para a músicas e usados na adoração . Ou seja, os Salmos não são apenas poemas, mas composições líricas . Contudo, uma vez que estamos tratando de uma poesia hebraica antiga, dificilmente podemos ver a construção poética lírica com a clareza que vemos, quando podemos ler um poema em nossa própria língua.
A simples leitura do Livro de Salmos já é suficiente para compreendermos que estamos diante de escritos de significados profundos. Mas, para buscar uma maior compreensão é necessário estudar a poesia hebraica.
Uma das principais características da poesia hebraica é o paralelismo. O paralelismo é uma característica tão importante que encontramos até mesmo no Novo Testamento, por exemplo na parábola dos Filhos Perdidos (também chamada de parábola do Filho Pródigo), onde temos uma forma de paralelismo invertido .
Discorrendo sobre a poesia hebraica Kidner explica o que é paralelismo:
“A característica fundamental destas poesias, no entanto, não era suas formas ou seus ritmos externos, mas, sim, seu modo de combinar ou ecoar um pensamento com outro. Isto tem sido descrito como sendo rima de pensamento, porém, mais frequentemente, como paralelismo, um termo introduzido pelo Bispo Robert Lowth no século dezoito” .
O paralelismo permite que ao ser o texto traduzido para outro idioma, não se perca o mais importante da mensagem, mesmo não se tendo mais os ritmos ou a rima, ainda assim se mantém a beleza, os sentimentos e o mais importante a verdade original .
Os principais tipos de paralelismo hebraico são: sinonímico, antitético e sintético . Mas também temos paralelismos que embora menos importantes devem ser observados: analítico, climático, emblemático e quiasmo.
O paralelismo é uma importante chave para se entender a poesia do livro de Salmos. Através desta característica os ritmos, as figuras de linguagem conseguem sobreviver a tradução para diversas línguas e também atravessar séculos. A seguir estão aqueles que são considerados os principais tipos de paralelismo.
No paralelismo sintético a segunda parte desenvolve ou amplia a mensagem da primeira.
No paralelismo sintético, chamamos de clímax quando o segundo membro apenas “repete e precisa o primeiro”, acrescentando-lhe uma palavra ou uma indicação que torne a ideia mais forte .
No Salmo 26, versículo 2 temos um exemplo de paralelismo sintético:
“Examina-me, SENHOR e prova-me; esquadrinha a minha mente e o meu coração”.
Observe como a ideia vai se tornando cada vez mais forte: Examina, prova e por fim esquadrinha.
Quando temos a segunda parte repetindo com sinônimos o pensamento da primeira parte, temos o paralelismo sinonímico. Por exemplo:
Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. (Salmos 1.5).
Já no paralelismo antitético, a segunda expressão é uma antítese da primeira, fazendo um contraste ao mesmo tempo que reforçando a ideia principal. Por exemplo:
Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá. (Salmos 1.6).
Há vários tipos paralelismos encontrados nos Salmos, mas a força da poesia hebraica brota dos arranjos e repetições das emoções, ideias, e imagens apresentadas pelo poeta .
Além do paralelismo podemos também observar na poesia hebraica a riqueza do uso de imagens e figuras de linguagem. A maioria dos Salmos se utiliza deste recurso para compor sua poesia. São recursos como símile, metáfora, alegoria, metonímia, sinédoque, hipérbole, personificação, apóstrofe, antropomorfismo, etc.

Pr. David Mattos

Presidente da AD VIAMÃO Coordenador do Conselho de Educação Religiosa e Cultura da CIEPADERGS

REFERÊNCIAS:

RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 6. ed. Traduzido por Alexandre Lacnit e Arsênio Novaes Netto. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2007. (p. 346).
ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. 1. ed. Traduzido por Emma Lima. São Paulo: Editora Vida, 2007. (p. 199).
KUNZ, Claiton André. As Parábolas de Jesus e seu ensino sobre o Reino de Deus: Desvendando o mistério das 42 parábolas muito além do óbvio. 3. ed. Curitiba: A.D. Santos Editora, 2014. (p. 133-134).
KIDNER, Derek. Salmos 1-72 Introdução e comentário. 1. ed. Traduzido por Gordon Chown. São Paulo: Edições Vida Nova, 1980. (p. 13).
SANTOS, Jaqueline. Livros Poéticos: A Poesia na Bíblia. 5. ed. Viamão: Instituto Educacional Alpha, 2014. (p. 41).

ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. 1. ed. Traduzido por Emma Lima. São Paulo: Editora Vida, 2007. (p. 172).
HOLANDA, Hilma Barreto. O Livro de Salmos e a Literatura. 2014. Artigo (Licenciatura em Letras) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. (p. 31). RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 6. ed. Traduzido por Alexandre Lacnit e Arsênio Novaes Netto. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2007. (p. 346).

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