Devocional

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA. Estudo Bíblico – Pr. Diogo Roos

Os leitores da Palavra de Deus sabem que o verdadeiro sentido da Páscoa tem sido deturpado. As comemorações hodiernas nada tem haver com o que foi determinado pelo Eterno em sua Palavra. Vejamos o seu significado:
(Ex 12.27) “Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou”.
וַאֲמַרְתֶּם זֶֽבַח־פֶּסַח הוּא לַֽיהוָה אֲשֶׁר פָּסַח עַל־בָּתֵּי בְנֵֽי־יִשְׂרָאֵל בְּמִצְרַיִם בְּנָגְפֹּו אֶת־מִצְרַיִם וְאֶת־בָּתֵּינוּ הִצִּיל וַיִּקֹּד הָעָם וַיִּֽשְׁתַּחֲוּֽוּ׃
V’amartem zebach-pesach hu laAdonay ‘asher pasach ‘al-batey veney-Ysra’el bemitzraym benagpo ‘et-mitzraim v’et-bateynu hitzyl vayqod há’am vayshtachavu.
(Texto Hebraico com transliteração).

A palavra hebraica פֶּסַח “Pesach” que é traduzida por “Páscoa”, tem sua origem no verbo “Pasach” que significa: “passar por cima”; visto que, em (Ex 12.23) “Quando o Senhor passar para ferir os egípcios, verá o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, e passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir”.

Sendo assim, a origem da Páscoa está no “passar por cima”, ou seja, o fato de Deus ter poupado os Hebreus que tivessem na verga da porta o sangue do cordeiro. Notem que, o que salvou os servos de Deus foi o sangue do cordeiro; uma alusão ao sacrifíco de Jesus Cristo no Calvário; afinal, é ele a nossa páscoa!
Cf. (I Co 5.7) “Purificai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.

A Páscoa bíblica é ainda comemorada em Israel durante oito dias, no início da primavera; do dia 15 ao dia 22 do mês hebraico de Nissan. Que será pelos dias 27 de março a 4 de abril de 2021.
No primeiro dia, todo fermento devia ser tirado de dentro das casas, cf. (Ex 12.15). Parece ser isto que o Apóstolo Paulo, ainda que de maneira simbólica, falou à Igreja de Corinto em (I Co 5.7) “Lançai fora o fermento velho…” Ou seja, lançar fora toda hipocrisia, incredulidade, apostasia, etc…
Estava o Apóstolo mencionando o sentido figurativo da Páscoa.

Na atual festa da Páscoa, o animal que tem sido exaltado e lembrado é o Coelho. Na Europa, os povos germânicos, que habitavam a região norte – atualmente, a Alemanha –, possuíam uma narrativa mítica sobre uma deusa da fertilidade cujo nome era Ostara. O coelho era símbolo do culto a essa deusa, posto que, passado o inverno e tendo início o período da Primavera (estação que simboliza o “renascimento”, a floração, a fertilização), os coelhos eram, com frequência, os primeiros a saírem de suas tocas e começarem a reproduzir-se. No período da Idade Média, o culto à Ostara e à estação da Primavera logo passou a ser associado à Ressurreição de Cristo, em face da cristianização dos povos bárbaros. No entanto, a assimilação do mito germânico pelo cristianismo não implicou a abolição total dos ritos a ele associados. Percebemos que houve um sincretismo, e o culto à Ostara passou a Cristo, cujo Coelho foi implantado na Páscoa Cristã. Infelizmente onde o Cordeiro (Cristo) deveria ser exaltado e adorado, quem “rouba” a cena é o coelho, misericórdia!

Enquanto na Páscoa bíblica, as “ervas amargas” são citadas cf. (Ex 12.8) lembrando o tempo que os Hebreus estiveram no Egito; o que temos na hodierna Páscoa é o “chocolate”, bem oposto da amargura das ervas, onde a didática de Deus era mostrar o quão “amargo” é a escravidão do mundo, do inimigo. A doçura do chocolate todavia, mostra um mundo não tão ruim assim; puro engodo! Não há nada de “doce” num mundo sem Deus! Uma vida sem Cristo Jesus é “amarga”, e esta é a verdadeira mensagem da Páscoa.

O real sentido da Páscoa, é lembrar-nos que fomos “poupados” por Deus; visto que; “Pesach” como já foi dito, significa “passar por cima”. Ou seja, o Todo-Poderoso “passou por cima” de nossos erros, falhas e pecados, através do sangue do cordeiro, a saber, de seu filho Jesus Cristo. Páscoa é celebrar a justificação, a redenção, a salvação. Tiremos pois, este “fermento” de paganismo de nossas vidas, e restauremos a verdadeira mensagem pascal. Cristo é a nossa Páscoa!

Páscoa não é chocolate, coelho e festas. No entanto, é ervas amargas, cordeiro e sangue! Pregaremos esta mensagem em nossas igrejas, e ensinaremos para nossas crianças a verdadeira essência e mensagem da Páscoa.

Pr. Diogo Roos
Ministro do Evangelho,
Bacharel em Teologia pela Faetel-SP.
Pastor Presidente na Igreja Assembleia de Deus de Coxilha/RS.
Professor de Teologia na Escola Teológica Corbã,
e dos idiomas Hebraico e Grego.

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